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@pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea


“Conservar Arte Contemporânea”, um Curso de Verão da Universidade Júnior no Porto


                                                                                          Ana Martins1


A Universidade Júnior é uma iniciativa da Universidade do Porto que acolhe, desde o verão de
2005, milhares de jovens estudantes do ensino secundário de todo o país, e que tem por
objectivos divulgar e promover a cultura, a ciência, a arte e as letras, providenciando,
simultaneamente, um contacto com o ambiente universitário. A edição de 2007 contou com a
participação de 5000 estudantes em mais de 70 actividades por 14 faculdades, repartidos,
consoante a sua escolaridade nos programas “experimenta no verão”, “verão em projecto”, e
escolas de línguas, química, física e saúde.
Para esta terceira edição, as Faculdades de Ciências, Belas Artes e o Centro de Matérias da UP
propuseram conjuntamente uma actividade de “Verão em Projecto” com vocação interdisciplinar
e dedicada à conservação de arte contemporânea.
Durante uma semana muito preenchida, tiveram a oportunidade de protagonizar os papéis de
todos os intervenientes nas principais actividades de conservação e restauro de arte. Foram
cientistas, conservadores, a até artistas, visitaram museus e reservas, analisaram obras e seus
materiais com técnicas sofisticadas, entrevistaram e conversaram com artistas e restauraram
obras.
Arte Contemporânea – desafios para a sua preservação
A Arte Contemporânea distancia-se da Arte Antiga e Moderna pelo relevo dado à componente
conceptual em detrimento do objecto em si, o recurso a materiais não convencionais e uso de
tecnologia como suporte de trabalho, para além do envolvimento do espectador e relação com o
local.
Em consequência, a arte contemporânea exige um conceito diferente de preservação que, para
além da conservação ou restauro do objecto, privilegia a sua compreensão mas também a sua
documentação para preservação da sua qualidade histórica e individual. Por outro lado, essa
tarefa deve ser desenvolvida num contexto multidisciplinar, envolvendo conservadores,
historiadores de arte, curadores, cientistas e os próprios artistas.
Foi precisamente sob a insígnia da interdisciplinaridade que decorreu este curso de verão, não só
pela natureza das actividades propostas e dos seus proponentes, mas também pela convivência
dos oito jovens que escolheram a actividade, e com vocações distintas desde as Belas Artes,
História e Ciência, mas com interesse e curiosidade comum pela Conservação e Restauro de Arte.
Visita de museus e reservas
Uma das principais missões de um museu, para além de providenciar ao público um espaço para
a exibição da sua colecção ou de obras de outros museus e colecções, consiste na preservação do
património cultural nacional e mundial para as gerações futuras. Essa missão representa uma
grande responsabilidade para os museus, envolvendo também custos elevados para que seja
garantida a integridade não só dos objectos exibidos mas também do resto do seu espólio
mantido nas suas reservas.
Durante este curso, os estudantes tiveram a oportunidade única de visitar os “bastidores” do
museu Soares dos Reis na companhia da Dra. Elisa Soares, conservadora do museu, que, ao

1Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Rua do Campo Alegre 687, 4169
007 Porto, amartins@fc.up.pt



                                                                                                       1
@pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea


longo de um percurso pelas galerias e reservas de pintura, escultura e cerâmica, salientou as
principais preocupações na preservação dos diversos objectos e as respectivas medidas
implementadas no museu para garantir essa preservação.
Foi ainda realizada uma visita ao Museu de Serralves e à exposição “PROTOSPECTIVE” de
Maria Nordman, guiada pelo José Maia, que abordou entre outros temas, as especificidades de
um espaço vocacionado para arte contemporânea, a relação e interacção entre o espectador e o
objecto, a intenção do artista…




discussão de problemas         reserva de obras de esculturas    reserva de pinturas        reserva de cerâmica
de preservação de esculturas


 “She Changes”, 2005, Janet Echelman, Praça da Cidade de S. Salvador, Matosinhos
A identificação dos problemas de conservação de uma obra de arte requer uma observação atenta
dos materiais da obra, que podem ser analisados por métodos científicos, e as condições
envolventes e factores que possam ser responsáveis pela degradação. Esta obra, apesar de muito
recente, apresenta há já algum tempo sinais preocupantes de degradação. A visita a esta obra
serviu de ponto de partida para uma discussão sobre as possíveis causas da sua degradação. Um
fragmento encontrado foi levado para análise por microscopia (Centro de Geologia) e SEM
(CEMUP), tendo sido possível identificar por um lado o material usado para o fabrico da fibra e
composição de poluentes depositados, e observar zonas fragilizadas da fibra.




visita à obra – Praça Ci- observação dos danos na observação da fibra ao observação da fibra por
dade de S. Salvador – obra                        microscópio            SEM
Matosinhos


A Química e a Cor
Por detrás da pintura esconde-se muita Química! Durante o curso, os estudantes passaram um dia
num laboratório do Departamento de Química, de bata e luvas, sintetizando pigmentos e
preparando tintas, têmperas e a base de PVA. Com a palete de cores assim preparada, deram asas
à sua inspiração e imaginação e tornaram-se artistas!
A Química não só explica o fenómeno e a origem da cor nos pigmentos, mas é também uma
ferramenta útil em conservação e restauro pois permite, usando técnicas apropriadas, analisar os
constituintes das tintas e materiais usados nas obras de arte, informação considerada muito

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@pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea


 importante por exemplo para o conservador antes de iniciar o restauro de uma obra. Os
 estudantes




síntese do pigmento verdi- filtração do pigmento viole- preparação de temperas e uma das muitas obras re-
ter azul                   ta de cobalto                tintas sintéticas        alizadas com as tintas
                                                                                 preparadas


 A Química: uma ferramenta analítica
 A Química não só explica o fenómeno e a origem da cor nos pigmentos, mas é também uma
 ferramenta útil em conservação e restauro pois permite, usando técnicas apropriadas, analisar os
 constituintes das tintas e materiais usados nas obras de arte, informação considerada muito
 importante por exemplo para o conservador antes de iniciar o restauro de uma obra.
 Os pigmentos, para além de terem sido usados para preparar as tintas, serviram também para a
 demonstração das várias técnicas e métodos de análise hoje em dia usados em conservação e
 restauro de arte para a sua identificação e caracterização. Com estes pigmentos, mas também com
 amostras reais recolhidas em pinturas, os alunos realizaram testes microquímicos, obtiveram
 espectros de infra-vermelho (Departamento de Química) e RAMAN (Centro de Geologia), e
 fizeram observações e análises por SEM-EDS (CEMUP).




espectro de IV obtido para preparação de amostras visita ao CEMUP e amostra recolhida de uma
um dos pigmentos sintetizados recolhidas de pinturas análise de amostras por obra para observação por
                              para observação ao SEM                         SEM
                              microscópio e RAMAN


 Restauro de arte: mãos à obra!
 Independentemente das condições de preservação das obras de arte, nenhuma delas é indiferente
 ao tempo. Fruto da sua exposição às condições ambientais e do próprio envelhecimento dos
 materiais, as obras acabam por mostrar alterações que prejudicam a sua leitura, pelo que
 necessitam de ser submetidas a intervenções variadas, desde limpeza para remoção da sujidade a
 eventuais retoques ou reintegrações cromáticas.
 Para além de uma análise por reflectância de ultra-violeta para a visualização de repintes e
 vernizes, os participantes preparam diferentes soluções correntemente usadas para limpeza de


                                                                                                       3
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obras de pintura. Estas soluções foram usadas para realizar testes de limpezas por via húmida, e
os resultados foram comparados com os de limpeza por via mecânica.
Numa apresentação do conservador Filipe Duarte intitulada “A reconstrução de uma instalação
com luzes néon de 1972 na FBAUP”, demonstrou-se que em conservação de arte
contemporânea, o conservador irá deparar-se com novos desafios decorrentes do uso de
materiais e tecnologias não convencionais na produção artísticas.




observação de uma obra preparação de soluções testes de limpeza com as limpeza a seco
por reflectância de UV para testes de limpeza soluções preparadas


A voz do artista
A conservação de arte contemporânea, quando comparada com a conservação de arte antiga ou
moderna, torna-se particularmente atractiva se considerarmos o facto do artista também poder
ser envolvido e contribuir para o entendimento e preservação da sua obra. Dado a diversidade
dos materiais hoje disponíveis e usados pelos artistas contemporâneos, a sua participação pode
ser crucial para a recolha de informações sobre a obra e sua documentação.
Para evidenciar a importância da participação dos artistas, foi proposto, aos participantes, e
partindo de duas obras de uma jovem artista recém licenciada pela FBAUP, Andreia Nunes,
elaborarem um questionário para uma entrevista, com base nas recomendações do INCCA para a
realização e documentação de entrevistas. A entrevista foi posteriormente conduzida e filmada.
Agradecimentos:
O sucesso deste curso de verão não teria sido alcançado sem o empenho dos participantes na
organização e realização das actividades, Lúcia Matos, Filipe Duarte e Cláudia Garradas
(FBAUP), Isabel Rocha (DQ-FCUP), Alexandra Guedes (CG-UP) e Carlos Sá (CEMUP), mas
sobretudo dos oito jovens estudantes Carolina Vicente, Catarina Queirós, Catarina Jordão, Hugo
Pinto, Leonor Nascimento, Maria do Carmo Meireles, Marisa Neves, Marta Oliveira e à monitora
Sandra Saraiva. Agradecimentos também à Universidade do Porto, Museu Soares do Reis (Dra.
Luísa Soares) e Museu de Serralves (José Maia).




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Conservação de Arte Contemporânea

  • 1. @pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea “Conservar Arte Contemporânea”, um Curso de Verão da Universidade Júnior no Porto Ana Martins1 A Universidade Júnior é uma iniciativa da Universidade do Porto que acolhe, desde o verão de 2005, milhares de jovens estudantes do ensino secundário de todo o país, e que tem por objectivos divulgar e promover a cultura, a ciência, a arte e as letras, providenciando, simultaneamente, um contacto com o ambiente universitário. A edição de 2007 contou com a participação de 5000 estudantes em mais de 70 actividades por 14 faculdades, repartidos, consoante a sua escolaridade nos programas “experimenta no verão”, “verão em projecto”, e escolas de línguas, química, física e saúde. Para esta terceira edição, as Faculdades de Ciências, Belas Artes e o Centro de Matérias da UP propuseram conjuntamente uma actividade de “Verão em Projecto” com vocação interdisciplinar e dedicada à conservação de arte contemporânea. Durante uma semana muito preenchida, tiveram a oportunidade de protagonizar os papéis de todos os intervenientes nas principais actividades de conservação e restauro de arte. Foram cientistas, conservadores, a até artistas, visitaram museus e reservas, analisaram obras e seus materiais com técnicas sofisticadas, entrevistaram e conversaram com artistas e restauraram obras. Arte Contemporânea – desafios para a sua preservação A Arte Contemporânea distancia-se da Arte Antiga e Moderna pelo relevo dado à componente conceptual em detrimento do objecto em si, o recurso a materiais não convencionais e uso de tecnologia como suporte de trabalho, para além do envolvimento do espectador e relação com o local. Em consequência, a arte contemporânea exige um conceito diferente de preservação que, para além da conservação ou restauro do objecto, privilegia a sua compreensão mas também a sua documentação para preservação da sua qualidade histórica e individual. Por outro lado, essa tarefa deve ser desenvolvida num contexto multidisciplinar, envolvendo conservadores, historiadores de arte, curadores, cientistas e os próprios artistas. Foi precisamente sob a insígnia da interdisciplinaridade que decorreu este curso de verão, não só pela natureza das actividades propostas e dos seus proponentes, mas também pela convivência dos oito jovens que escolheram a actividade, e com vocações distintas desde as Belas Artes, História e Ciência, mas com interesse e curiosidade comum pela Conservação e Restauro de Arte. Visita de museus e reservas Uma das principais missões de um museu, para além de providenciar ao público um espaço para a exibição da sua colecção ou de obras de outros museus e colecções, consiste na preservação do património cultural nacional e mundial para as gerações futuras. Essa missão representa uma grande responsabilidade para os museus, envolvendo também custos elevados para que seja garantida a integridade não só dos objectos exibidos mas também do resto do seu espólio mantido nas suas reservas. Durante este curso, os estudantes tiveram a oportunidade única de visitar os “bastidores” do museu Soares dos Reis na companhia da Dra. Elisa Soares, conservadora do museu, que, ao 1Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Rua do Campo Alegre 687, 4169 007 Porto, amartins@fc.up.pt 1
  • 2. @pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea longo de um percurso pelas galerias e reservas de pintura, escultura e cerâmica, salientou as principais preocupações na preservação dos diversos objectos e as respectivas medidas implementadas no museu para garantir essa preservação. Foi ainda realizada uma visita ao Museu de Serralves e à exposição “PROTOSPECTIVE” de Maria Nordman, guiada pelo José Maia, que abordou entre outros temas, as especificidades de um espaço vocacionado para arte contemporânea, a relação e interacção entre o espectador e o objecto, a intenção do artista… discussão de problemas reserva de obras de esculturas reserva de pinturas reserva de cerâmica de preservação de esculturas “She Changes”, 2005, Janet Echelman, Praça da Cidade de S. Salvador, Matosinhos A identificação dos problemas de conservação de uma obra de arte requer uma observação atenta dos materiais da obra, que podem ser analisados por métodos científicos, e as condições envolventes e factores que possam ser responsáveis pela degradação. Esta obra, apesar de muito recente, apresenta há já algum tempo sinais preocupantes de degradação. A visita a esta obra serviu de ponto de partida para uma discussão sobre as possíveis causas da sua degradação. Um fragmento encontrado foi levado para análise por microscopia (Centro de Geologia) e SEM (CEMUP), tendo sido possível identificar por um lado o material usado para o fabrico da fibra e composição de poluentes depositados, e observar zonas fragilizadas da fibra. visita à obra – Praça Ci- observação dos danos na observação da fibra ao observação da fibra por dade de S. Salvador – obra microscópio SEM Matosinhos A Química e a Cor Por detrás da pintura esconde-se muita Química! Durante o curso, os estudantes passaram um dia num laboratório do Departamento de Química, de bata e luvas, sintetizando pigmentos e preparando tintas, têmperas e a base de PVA. Com a palete de cores assim preparada, deram asas à sua inspiração e imaginação e tornaram-se artistas! A Química não só explica o fenómeno e a origem da cor nos pigmentos, mas é também uma ferramenta útil em conservação e restauro pois permite, usando técnicas apropriadas, analisar os constituintes das tintas e materiais usados nas obras de arte, informação considerada muito 2
  • 3. @pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea importante por exemplo para o conservador antes de iniciar o restauro de uma obra. Os estudantes síntese do pigmento verdi- filtração do pigmento viole- preparação de temperas e uma das muitas obras re- ter azul ta de cobalto tintas sintéticas alizadas com as tintas preparadas A Química: uma ferramenta analítica A Química não só explica o fenómeno e a origem da cor nos pigmentos, mas é também uma ferramenta útil em conservação e restauro pois permite, usando técnicas apropriadas, analisar os constituintes das tintas e materiais usados nas obras de arte, informação considerada muito importante por exemplo para o conservador antes de iniciar o restauro de uma obra. Os pigmentos, para além de terem sido usados para preparar as tintas, serviram também para a demonstração das várias técnicas e métodos de análise hoje em dia usados em conservação e restauro de arte para a sua identificação e caracterização. Com estes pigmentos, mas também com amostras reais recolhidas em pinturas, os alunos realizaram testes microquímicos, obtiveram espectros de infra-vermelho (Departamento de Química) e RAMAN (Centro de Geologia), e fizeram observações e análises por SEM-EDS (CEMUP). espectro de IV obtido para preparação de amostras visita ao CEMUP e amostra recolhida de uma um dos pigmentos sintetizados recolhidas de pinturas análise de amostras por obra para observação por para observação ao SEM SEM microscópio e RAMAN Restauro de arte: mãos à obra! Independentemente das condições de preservação das obras de arte, nenhuma delas é indiferente ao tempo. Fruto da sua exposição às condições ambientais e do próprio envelhecimento dos materiais, as obras acabam por mostrar alterações que prejudicam a sua leitura, pelo que necessitam de ser submetidas a intervenções variadas, desde limpeza para remoção da sujidade a eventuais retoques ou reintegrações cromáticas. Para além de uma análise por reflectância de ultra-violeta para a visualização de repintes e vernizes, os participantes preparam diferentes soluções correntemente usadas para limpeza de 3
  • 4. @pha.Boletim nº 5 – Preservação da Arte Contemporânea obras de pintura. Estas soluções foram usadas para realizar testes de limpezas por via húmida, e os resultados foram comparados com os de limpeza por via mecânica. Numa apresentação do conservador Filipe Duarte intitulada “A reconstrução de uma instalação com luzes néon de 1972 na FBAUP”, demonstrou-se que em conservação de arte contemporânea, o conservador irá deparar-se com novos desafios decorrentes do uso de materiais e tecnologias não convencionais na produção artísticas. observação de uma obra preparação de soluções testes de limpeza com as limpeza a seco por reflectância de UV para testes de limpeza soluções preparadas A voz do artista A conservação de arte contemporânea, quando comparada com a conservação de arte antiga ou moderna, torna-se particularmente atractiva se considerarmos o facto do artista também poder ser envolvido e contribuir para o entendimento e preservação da sua obra. Dado a diversidade dos materiais hoje disponíveis e usados pelos artistas contemporâneos, a sua participação pode ser crucial para a recolha de informações sobre a obra e sua documentação. Para evidenciar a importância da participação dos artistas, foi proposto, aos participantes, e partindo de duas obras de uma jovem artista recém licenciada pela FBAUP, Andreia Nunes, elaborarem um questionário para uma entrevista, com base nas recomendações do INCCA para a realização e documentação de entrevistas. A entrevista foi posteriormente conduzida e filmada. Agradecimentos: O sucesso deste curso de verão não teria sido alcançado sem o empenho dos participantes na organização e realização das actividades, Lúcia Matos, Filipe Duarte e Cláudia Garradas (FBAUP), Isabel Rocha (DQ-FCUP), Alexandra Guedes (CG-UP) e Carlos Sá (CEMUP), mas sobretudo dos oito jovens estudantes Carolina Vicente, Catarina Queirós, Catarina Jordão, Hugo Pinto, Leonor Nascimento, Maria do Carmo Meireles, Marisa Neves, Marta Oliveira e à monitora Sandra Saraiva. Agradecimentos também à Universidade do Porto, Museu Soares do Reis (Dra. Luísa Soares) e Museu de Serralves (José Maia). 4